A experiência tem revelado que para as pessoas com deficiência exercer a cidadania através do trabalho é um processo que pode gerar preconceito, medo e insegurança, tanto para os usuários, seus familiares e para os empregadores. Assim, uma das possibilidades para lidar com essas dificuldades é o preparo do usuário para vivenciar e superar essa demanda, com conhecimentos pessoais e sociais que demonstrem suas capacidades de se fazerem presentes criticamente frente à sociedade, construindo novas percepções sobre a inserção das pessoas com necessidades especiais no contexto do trabalho.
A APAE de Maringá, no intuito de promover a inserção da pessoa com deficiência junto à sociedade, visa preparar seus usuários para que possam participar de forma efetiva e crítica na comunidade, tendo a oportunidade de participarem do mercado de trabalho e de suas consequentes vivências. Essa formação consiste no desenvolvimento de questões teóricas e práticas, que são experienciadas dentro da própria instituição, mediante suporte e orientação da equipe de profissionais, com usuários que apresentam potencial para serem incluídos no mundo do trabalho, de modo a desenvolver os recursos necessários à participação plena na vida social, conforme assegurado a todos os cidadãos.
No ano de 2015 esse projeto aconteceu sobre o foco de propor aos usuários atividades de estágio em funções como portaria, atendente de telefone e auxiliar de cozinha, seguindo a devida proposta descrita na metodologia. Para 2016, após reestruturação do trabalho na APAE, as atividades de estágio tiveram que ser revistas, definindo-se que os estagiários serão direcionados a função de auxiliares administrativos, atuando organizando e conferindo documentações, organizando almoxarifado, tirando xerox, atuando como mensageiro entre a equipe, entre outras.
Este projeto tem como público alvo adolescentes, jovens e adultos com deficiência intelectual e múltipla que são usuários dos serviços oferecidos pela APAE e que possuem condições cognitivas e emocionais para adquirirem independência e se inserirem no mundo do trabalho. O processo de seleção dos usuários participantes se dá por interesse do próprio público em participar das discussões e formações compartilhadas pelo grupo, além de convites realizados a aqueles os quais a equipe de profissionais da instituição entende que tem possibilidades de se beneficiar do programa e serem inseridos no mundo do trabalho, estabelecendo-se parcerias junto às famílias para que deem continuidade e oportunidade aos investimentos propostos.
O projeto Habilidades Básicas para o Trabalho tem como principal objetivo oportunizar aos usuários subsídios para que desenvolvam recursos cognitivos, emocionais e sociais que os auxilie em seu desenvolvimento e aprimore as habilidades necessárias para melhorarem seu desempenho em casa, na instituição e em outros contextos sociais, visando sua inserção no mercado de trabalho além de:
Este projeto é executado a partir da delimitação da(s) função(ões) a qual os usuários participantes serão direcionados, feita por meio de uma descrição de cargo. Após, serão levantados os possíveis nomes de usuários cotados para as vagas de estágio e, consequente, etapa de instrução e capacitação, teoricamente e também na prática, para o desempenho das atividades, buscando dar condições para que as realizem de modo satisfatório. Paralelamente, organiza-se os conteúdos a serem trabalhados em encontros mensais realizados coletivamente, concomitante com a distribuição de funções práticas (estágio) dentro da instituição, de acordo com o perfil dos usuários selecionados. Ou seja, o projeto inclui formações teóricas de 4 horas mensais e o cumprimento de uma carga horária prática na atividade dirigida dentro da instituição, em horário de contra-turno ao qual é usuário da APAE, possibilitando que apliquem os conhecimentos e habilidades adquiridos ao longo do percurso de estudo, recebendo orientações constantemente.
É previsto que os estudos possam ser realizados nas dependências da própria instituição ou em contexto externo, de modo a proporcionar diversificadas experiências e formações aos usuários. Possivelmente, a função estruturada para os próximos meses será de auxiliar administrativo, realizando função que auxiliem na organização das atividades da instituição, como organizando almoxarifado, tirando xerox, atuando como mensageiro, organizando e conferindo documentações, recebendo o público em geral, entre outras.
Todas estas ações buscam estabelecer formação pessoal e profissional plena aos usuários para que estejam aptos a desempenharem a atividade/função que lhes for direcionada e também a participarem de outros contextos sociais, como, por exemplo, a locação no mercado de trabalho e/ou outros contextos externos à instituição que despertem interesse a eles.
Coordenador do projeto: Gustavo Lacatus
Abril/2016