Nos últimos 30 anos, o Brasil avançou muito na melhoria da atenção ao parto e ao nascimento, fruto de uma série de esforços e iniciativas do Governo e da sociedade. Porém, a redução da mortalidade materno e infantil permanece um desafio para o País. Embora o acesso ao pré-natal seja praticamente universal, a qualidade desta atenção ainda não é satisfatória, sendo necessário que o Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde, assim como os estados e municípios, desenvolva estratégias que possibilitem a organização dos sistemas de atenção com o estabelecimento de compromisso e responsabilização pelo cuidado em todos os níveis da atenção à mulher no ciclo gravídico puerperal.
A gestação é um fenômeno fisiológico e, por isso mesmo, sua evolução se dá na maior parte dos casos sem intercorrências. Apesar desse fato, há uma parcela pequena de gestantes que, por serem portadoras de alguma doença, sofrem algum agravo ou desenvolvem problemas, apresentam maiores probabilidades de evolução desfavorável, tanto para o feto como para a mãe. A gestação é um período muito importante e significativo para uma mulher, ela passa por mudanças e transformações físicas e principalmente emocionais. Essas mudanças podem gerar medos, angústias, fantasias. Durante os nove meses de gestação, é importante o acompanhamento médico atento ao desenvolvimento do bebe.
Gestação de Alto Risco é “aquela na qual a vida ou a saúde da mãe e/ou do feto e/ou do recém-nascido têm maiores chances de serem atingidas que as da média da população considerada”. (CALDEYRO-BARCIA, 1973).
Vale ressaltar que estas gestações de alto risco podem trazer como consequências diferentes deficiências. Toda mulher ao longo do período da gestação sente vários sintomas e dores, algumas gestantes tem até problemas sérios. É importante que a gestante e a família saibam identificar os sinais de risco na gestação, sinais que podem indicar que alguma coisa não vai bem e que a gestante deve ser encaminhada o quanto antes ao serviço de saúde. Segundo estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com base em dados colhidos em 2010 cerca de 45,6 milhões de brasileiros têm pelo menos uma deficiência. Considerando a população residente no país, 23,9% possuíam pelo menos uma das deficiências investigadas: visual, auditiva, motora e mental ou intelectual.
O histórico da gestante pode indicar uma gravidez de risco se, por exemplo, houver casos de deficiência na família, gravidez anterior problemática, a idade avançada ou precoce da mãe. Nestes casos, o casal deve procurar, antes da gravidez, um serviço de genética médica para estudo cromossômico e para conhecer as probabilidades de possíveis anomalias no feto. Além das causas genéticas, a deficiência pode ser provocada por traumatismos, tentativas de aborto, exposição aos raios X, radioterapia e uso de medicamentos.
Segundo Krynski (1983), a Prevenção Primária da DM visa a promover a saúde mental e diminuir os riscos de desordens mentais na população infantil, por interferência de fatores patogênicos, biopsicossociais, antes do aparecimento de patologias identificáveis.
A deficiência intelectual, que no passado era chamada de retardo mental, ocorre quando a inteligência e o conjunto de habilidades gerais de alguém está abaixo da média da população. Isto se manifesta antes dos 18 anos. Bebês com deficiência intelectual podem demorar mais para atingir marcos do desenvolvimento como sentar, engatinhar, andar e falar. No futuro, as crianças podem precisar de uma educação especial e de outros cuidados importantes. A deficiência intelectual pode variar muito, entre algo leve até um problema mais severo.
As causas da deficiência intelectual são diversas, sendo que não é possível prevenir muitas delas, como no caso da Síndrome de Down que tem causa genética. Contudo, existem alguns outros casos de deficiência intelectual que podem ser evitados com alguns cuidados simples durante a gestação e também após o nascimento do bebê. Durante a gestação, o principal cuidado que a grávida pode ter para evitar este problema é: NÃO beber bebidas alcoólicas! Esta atitude é importantíssima para a prevenção da Síndrome Alcóolica Fetal que é uma das principais causas da deficiência intelectual no bebê. E lembre-se: não existe uma quantidade de álcool que possa ser considerada segura na gestação, por isso, a grávida não deve tomar nem um pouquinho de álcool. Outro cuidado muito importante é não fumar e não consumir qualquer tipo de droga.
Um cuidado importante para a prevenção da deficiência intelectual, porém pouco comentado é: tomar todas as vacinas necessárias durante a gravidez. Isto porque contrair algumas doenças durante a gestação pode fazer com que o bebê tenha deficiência intelectual. Realizar o pré-natal corretamente e desde o início da gestação também é essencial.
Existem alguns fatores ambientais que podem levar a deficiência intelectual do bebê. Um deles é a exposição ao mercúrio. O mercúrio está presente em grandes quantidades em alguns tipos de peixes, por isso é importante evitar comê-los tanto durante a gestação, quanto na amamentação e eles também não devem ser dados ao bebê. Os peixes que são perigosos são: Cavala, Marlin, Tubarão, Peixe-espada, Atum, Robalo chileno e Bacalhau negro.
Também é necessário ficar atenta à exposição ao chumbo. O chumbo pode estar presente em bijuterias, especialmente aquelas com origem duvidosa, e também em tintas antigas. Portanto, se você estiver em uma construção antiga fique atenta e evite o contato com a tinta.
Evitar o contato com pessoas que estão doentes também é muito importante. Por fim, tenha uma alimentação saudável e tome apenas as vitaminas indicadas por seu médico. Sempre converse com seu médico antes de tomar qualquer medicamento.
Após o nascimento do bebê também existem alguns fatores que podem levar a deficiência intelectual do pequeno e que podem ser evitados. Um deles é a exposição ao mercúrio, assim como no caso das gestantes, os peixes ricos em mercúrio, mencionados acima, não devem ser dados pro bebê e/ou ingeridos por mães que amamentam.
Também é importante dar todas as vacinas para o seu bebê e realizar todos os exames médicos que o pediatra indicar. Sempre converse com seu médico antes de dar qualquer medicamento para o seu bebê. Em especial, evite dar remédios que contenham a substância salicilato, presente em algumas aspirinas.
Evite que seu bebê, especialmente quando for recém-nascido, tenha contato com pessoas que estão doentes. Por fim, evite o contato do seu bebê com o chumbo, isto pode ser feito da seguinte maneira: evitando que o pequeno brinque com brinquedos falsificados, sem o selo do Inmetro, e também evitando que o pequeno entre em contato com tinta de parede, especialmente de construções antigas.
Caracteriza-se por importantes limitações, tanto no funcionamento intelectual quanto no comportamento adaptativo, expresso nas habilidades conceituais, sociais e práticas. Indivíduos com Deficiência Intelectual apresentam funcionamento intelectual significativamente inferior à média. Possuem limitações significativas em pelo menos duas das seguintes áreas de habilidades:
A pessoa com Deficiência Intelectual tem dificuldade para aprender, entender e realizar atividades comuns para as outras pessoas. Muitas vezes, essa pessoa se comporta como se tivesse menos idade do que realmente tem.
Dentro da Psicologia, há um nome para essa tipo de intervenção interdisciplinar - é a Psicologia da Saúde, definida por Matarazzo (1980, cf. Winet, King e Altman, 1989), há 15 anos, como:
... o conjunto de contribuições educacionais, científicas e profissionais específicas da área da Psicologia para a promoção e manutenção da saúde, a prevenção e tratamento de doenças, a identificação de etiologias e diagnósticos correlatos com a saúde, doença e disfunções relacionadas, e análise e promoção do sistema de cuidados com a saúde e formação de políticas de saúde. (p. 18)
Diante destes dados a APAE de Maringá organizou um programa de atendimento específico para estas famílias durante o processo gestacional e pós nascimento. Desta forma as gestantes identificadas terão direito ao acompanhamento psicológico e orientações por profissionais da área (social, pedagógico e psicológico) da Apae de Maringá, e intervenção clínico terapêutica oferecida pela rede, convênios particulares ou encaminhamentos às Instituições de Ensino Superior parceiras da Apae. Este acompanhamento visa minimizar os conflitos emocionais gerados por uma gravidez de risco. Imediatamente após o nascimento as crianças serão atendidas na estimulação precoce desta Instituição, que serão realizados por professores capacitados, buscando minimizar as sequelas de atraso de desenvolvimento neuropsicomotor, e ainda de maneira a contribuir na estruturação do vínculo mãe e bebê, na compreensão e no acolhimento familiar destas crianças. A assistência pré-natal pressupõe avaliação dinâmica das situações de risco e prontidão para identificar problemas de forma a poder atuar, a depender do problema encontrado, de maneira a impedir um resultado desfavorável. Este trabalho se dará através do projeto Programa de Apoio à Gestantes e Bebês de Risco, onde por meio da identificação pela rede de gestantes e bebes/crianças com necessidades especiais, encaminhamentos serão realizados para a APAE de Maringá, para a realização do serviço de acolhimento da equipe técnica e pedagógica, inicialmente com o profissional da área da psicologia oferecendo todo o apoio no momento de “luto”. Irá prestar esclarecimentos por meio de orientações explicativas, desmistificando as questões relacionadas a deficiência.
O objetivo deste projeto é acolher as gestantes e bebês considerados de risco pelo sistema de saúde, em um programa específico que visa orientar, informar e preparar emocionalmente as famílias para o nascimento de crianças com deficiências, desenvolvendo atividades de estimulação precoce de zero a três anos, acompanhamento e orientação sistemática aos responsáveis.
Ações pertinentes a APAE:
Ações pertinentes à Rede:
O programa prevê o desenvolvimento de um trabalho de acompanhamento neonatal visando o fortalecimento emocional destas gestantes, preparando-as para o desenvolvimento saudável dos vínculos afetivos. Após o nascimento realiza-se orientações quanto a necessidade de acompanhamento por exames clínicos específicos. Na sequência organiza-se programas de estimulação precoce individualizado de acordo com as especificidades apresentadas por cada criança, é traçado metas de acompanhamento familiar para a continuidade da estimulação precoce em suas residências. Bem como acompanhamento e assessoramento as famílias no âmbito da assistência social quanto aos direitos frente aos programas governamentais.
Os atendimentos a gestante acontecerão semanal e/ou quinzenal de acordo com a necessidade de 40 a 60 minutos, e o atendimento ao bebê em estimulação ocorrerá em sessão de até 01 horas de duração sendo até 02 vezes por semana. A proposta de trabalho poderá se estender até 90 dias, ocorrendo durante este período estudo de casos com a equipe envolvida a fim de estabelecer a sequência do trabalho a ser desenvolvida com os atendidos. Sendo que os mesmos poderão ser encaminhados para o programa de estimulação essencial da Escola Diogo Zuliani da Apae de Maringá ou atendimentos na área da saúde e educação na rede pública e privada.
Com a realização deste projeto almejamos:
Em uma gestação de risco, a mulher precisa ter consciência de que deve redobrar a atenção, com relação aos sinais de alerta, e intensificar os cuidados preventivos, para que ela e o bebê fiquem bem. O pré-natal de uma gestante de risco é diferente. Ela precisa ser acompanhada mais de perto e de modo mais frequente pelos profissionais de saúde. A gestante, dependendo do caso, precisará até mesmo alterar seu estilo de vida, aumentando os momentos de repouso e/ou fazendo tratamentos específicos para melhorar sua condição. O apoio da família, dos amigos e uma boa acolhida e orientação do serviço de saúde darão mais confiança à gestante, para que ela se sinta mais segura para levar sua gestação, embora de risco, com esperança e tranquilidade.
A parceria com a secretaria de saúde do município possibilita o acesso a gestante de risco assim que identificada pelo médico, e encaminhada para equipe da APAE de Maringá para que possa participar do programa de atendimento. A participação das famílias se expressa pelo interesse e compromisso em participar do programa de acolhimento, atendimento, acompanhamento da gestante e da possibilidade de nascimento de crianças com deficiência e pós nascimento do programa de estimulação precoce em comparecer nos dias e horários solicitados e agendados previamente, com possibilidade das justificativas das faltas e/ou ausências no decorrer do programa.
Pode ocorrer procura espontânea pelo serviço já que será divulgado para toda a comunidade. A proposta do trabalho estará referendada através de um protocolo previamente aprovado pelos parceiros e acesso comum entres ambos, buscando maior agilidade no atendimento e melhor acompanhamento dos casos.
Para o sucesso e manutenção do projeto a divulgação na rede sócio assistencial, visitas técnicas aos setores envolvidos e o contato com as famílias cadastradas é de suma importância, para o desenvolvimento do programa como preventivo e efetivo.
Os temas abordados, estão: alimentação adequada ao período gestacional, atividade física, hipertensão arterial na gestação, diabetes gestacional, tipos de parto (parto normal e cesariana), cuidados no puerpério e com o bebê, aspectos emocionais e físicos entre outros. Todos esses assuntos são abordados cuidadosamente.